As nossas madrugadas
Desperta-me de noite o teu desejo
na vaga dos teus dedos
com que vergas
o sono em que me deito pois suspeitas
que com ele me visto e me defendo
É raiva
então ciume a tua boca
é dor e não queixume
com que vergas
o sono em que me deito pois suspeitas
que com ele me visto e me defendo
É raiva
então ciume a tua boca
é dor e não queixume
a tua espada
é rede a tua língua em sua teia
é vício as palavras com que falas
E tomas-me de força não o sendo
e deixo que o meu ventre se trespasse
E queres-me de amor
e dás-me o tempo
a trégua
a entrega
e o disfarce
E lembras os meus ombros docemente
na dobra do lenços que desfazes
na pressa de teres o que só sentes
e possuires de mim o que não sabes
Despertas-me de noite com o teu corpo
tiras-me do sono
onde resvalo
e eu pouco a pouco
vou repelindo a noite
e tu dentro de mim
vais descobrindo vales.
Maria Teresa Horta
é rede a tua língua em sua teia
é vício as palavras com que falas
E tomas-me de força não o sendo
e deixo que o meu ventre se trespasse
E queres-me de amor
e dás-me o tempo
a trégua
a entrega
e o disfarce
E lembras os meus ombros docemente
na dobra do lenços que desfazes
na pressa de teres o que só sentes
e possuires de mim o que não sabes
Despertas-me de noite com o teu corpo
tiras-me do sono
onde resvalo
e eu pouco a pouco
vou repelindo a noite
e tu dentro de mim
vais descobrindo vales.
Maria Teresa Horta