Na curva perigosa dos cinquenta
derrapei neste amor.
Que dor!
Que pétala sensível e secreta me atormenta
e me provoca à síntese da flor
Que não sabe como é feita:
amor
Na quinta-essência da palavra, e mudo
de natural silêncio já não cabe
em tanto gesto de colher e amar
A nuvem que de ambígua se dilui
nesse objecto mais vago do que nuvem
e mais indefeso, corpo!
Corpo, corpo, corpo
Verdade tão final, sede tão vária
a esse cavalo solto pela cama
a passear o peito de quem ama.
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